11 de março de 2010

Pensamentos matutinos


Pensando em saudade, palavra que só existe no nosso dicionário e conota um sentimento mais intenso do que as palavras e expressões utilizadas em outros idiomas pra tentar transmitir o mesmo significado, pois o povo brasileiro doa-se por completo á todo os sentimentos, ou ama de mais, ou odeia por completo, sendo sempre intenso no que sente. Pros amiguinhos do EUA, saudade tenta ser frustradamente expressa com um "Miss You", que literalmente seria "sinto sua falta". Já para os nossos vizinhos da América Latina, um "te extraño" ou "te echo de menos" é suficiente. Ah, mas pra nós, povo persistente, que faz festa pra gringo ver enquanto nosso povo padece na fome, saúde precária, pouca educação... Pra nós que utilizamos nosso voto com descaso, valendo qualquer R$ 10.00 "merréis" pra comprá-lo. Ah, pra nós que frequentamos os cinemas na Baixada com clássicos hollywoodianos, pois filmes históricos-culturais não nos seria possível entender. Ah sim, pra nós que nos alienamos todo dia com jornais da emissora mais poderosa, e não ousamos sequer indagar o porque de tal notícia, ou como da outra?! Para nossos compatriotas de Portugal e pra nós, povo feliz, que sorri, que ama, que sofre, que samba. Pra nós, no mínimo a palavra SAUDADE, tem um cunho mais forte, mais intenso, não é americanizada, é nossa, totalmente nossa. A merecemos.
Na verdade, saudade é o que sinto esta manhã...Essas 7 letrinhas podem virar um mundo de uma pessoa de pernas pro ar, concordas Letícia? Rs.Por não conseguir exprimir tamanho sentimento nobre e doloroso ao mesmo tempo, encontrei nos escritos de uma amiga que diz em sua poesia tudo que meu coração fala hoje e falará sempre. Porque a voz do coração não se pode calar.
Beijos & Abraços saudosos.


Saudade
É um sorriso tímido por motivo qualquer num tempo remoto
É uma lágrima sofrida e vagarosa e que, por fim, só é marca pois seca e, então, é pele, papel ou chão
É olhar perdido vagando no caos da ignorância do tudo no qual não se encontra absolutamente nada
É um gesto banal e estúpido de quem, por um instante, sonhou acordado, viveu o passado mas lembrou estar no presente, infelizmente
É uma verdade já sem compromisso e que faz sentido só para quem a realmente sente
É a persistência no pensar em algo que se teme perder no tempo, na História, em si
É a subjetividade de um querer concreto, de um anseio sem apoio; uma lembrança, nada mais
É o que foi, era ou seria; a mais fulgaz melancolia, ou mesmo vã felicidade, a qual se guarda até de tarde que é pra rememorar de um tudo que se viveu ou pretendia
É uma história com final assim... talvez triste, quiçá feliz

SOUZA, Daniele.